Um menino pediu ajuda com uma carta escrita à mão pela mãe na qual ela denunciava violência doméstica, em Goioxim, região central do Paraná.
O caso aconteceu depois de uma palestra na escola com o tema Agosto Lilás – mês dedicado a campanhas de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, conforme estabeleceu em 2016 a Lei Estadual 4.969. Promotores de Cantagalo realizaram palestras na escola sobre o tema, tempo depois um aluno entregou à direção do estabelecimento uma carta manuscrita da mãe relatando um caso extremo de violência doméstica.
A direção de escola encaminhou a carta à Rede de Proteção do Município, que levou a situação ao Ministério Público, motivando a Promotoria de Justiça a abrir procedimento a partir do qual solicitou a adoção imediata de medida protetiva para a mulher e os filhos. Todos viviam sob constante controle e ameaças – inclusive de morte – que partiam do marido dela. Conforme o relato escrito pela vítima, eles eram vigiados e nunca podiam sair de casa sem o agressor. “Eu não sei quem poderá me ajudar mas se você ler essa carta espero que me ajude”, escreveu a mulher.
Percebendo a gravidade do relato, o Judiciário, acionado pelo MPPR, agiu com celeridade, deferindo o pedido de medida protetiva com proibição de aproximação e contato do agressor com a vítima e familiares e a obrigação de frequentar o Projeto Renascer (programa de conscientização de agressores), com possibilidade de prisão em caso de descumprimento.
A vítima e os filhos foram abrigados em outra localidade, todos em local protegido.